25 de set. de 2011

O ZEBU

Indus River
Está plenamente provado que o mesmo tipo de Zebu que se encontra por toda a Índia e em grande parte do continente negro, já se achava a serviço do homem ao tempo da falada civilização ariana cujos traços são hoje encontrados ainda, na vasta zona do “talweg” do rio Indus, o grande caudal histórico do noroeste indiano.
 

O principal testemunho disto são os frescos, faianças e terracotas, obras de talha em bronze e ouro, etc., encontrados nas escavações efetuadas pelos arqueólogos ingleses nas ruínas da pré-histórica cidade de Mohen-jo-Dahro, à margem esquerda do Indus, com a supervisão do eminente sábio Sir John Marshall. Nessas escavações foram encontrados vasos, estatuetas e medalhões tendo, esculpidas e desenhadas figuras de Zebus. Entre estes medalhões tem lugar de destaque o célebre selo de bronze, conhecido sob a denominação de “selo de Mohen-jo-Dahro”, considerado como tendo sido fundido cerca de 3.000 anos antes da era cristã.
Selo de Mohen-jo-Dahro


Cancredje
 
Cientistas tais como L. H. Shirlaw, que estudaram, com vigor, a origem do Zebu, nos ensinam que, por aquela época, existiam, na mesma região, dois tipos distintos de boi, sendo que um desses tipos de menor tamanho pode ter pertencido a uma raça destituída de giba, que é o distintivo predominante do “Bos índicos”. Todavia ficou bem averiguado que os vestígios desse boi só foram encontrados nas camadas superficiais das escavações, enquanto que, nas camadas inferiores foram encontrados unicamente vestígios do Zebu. Isto prova, à sociedade, que o Zebu existiu, na região, séculos antes de ai ter dado entrada i “Bos taurus”, propriamente dito. O próprio Sir John Marshall, que acima nos referimos, declara que nos detritos e esculturas encontrados em Mohen-jo-Dahro, se tem a prova de que o gado ora existente no noroeste da Índia, pertence à mesma raça dos existentes na região, naquela época pré-histórica. Este gado é hoje aí representado pelo Cancredje, pelo Guzerate, etc.

Ilustrações de peças de terra cota



Esta mesma observação nos foi transmitida pelo eminente bovitecnista o Coronel Sir Arthur Olver, consultor técnico do Serviço Animal do Imperial Conselho de Pesquisas Agrícolas da Índia. Diz-nos ele, que é marcante a semelhança entre o Cancredje com o célebre animal esculpido no selo de Mohen-jo-Dahro.

Os mesmos autores chamam a atenção para a semelhança do Cancredje com o gado “Fulani”, da África Ocidental. Assim deveria nos parecer que o gado branco cinza do norte indiano, com seus longos chifres em forma de lira, seja parente próximo do gado do acidente africano, tendo ambos a mesma origem.

Todavia nos repugna aceitar a teoria de que o Zebu de chifres grandes seja uma mistura do gado Hamítico (da África equatorial) de chifres longos e sem bossa, com o Zebu de chifres curtos.

O Zebu de chifres curtos é um bovino comparativamente moderno na Índia e muito mais ainda na África. Segundo a opinião de Epstein, na sua obra “Heredity”, publicada em 1933, o Zebu de chifres curtos é o resultado do cruzamento dos “Bos brachyceros” com o Zebu “de chifres laterais”. Todavia a única prova de ter o “Bos Brachyceros” atingido a Índia nós a temos ainda nas escavações de Mohen-jo-Dahro onde se encontram nos “strata”superiores, vestígios de uma raça de bois possivelmente destituídos de giba (não se excluindo a hipótese de se tratar de Zebus castrados cedo ou de vacas, onde o cupim pouco aparece).


Mehrgarh, um dos mais importantes sítio arqueológico do Neolítico
(7.000 a.C. a 3.200 a.C.), encontra-se na planície Kachi do
Baluquistão, no Paquistão, e é um dos primeiros sites com evidência
de agricultura (trigo e cevada) e de pastoreio (gado, ovinos e
caprinos) no sul da Ásia.
 Quanto ao “Zebu de chifres laterais”, de Epstein, este não foi encontrado nas indagações pré-históricas da Índia, a não ser que se queira encontrar alguma afinidade entre ele e o Gire as suas sub-raças e, quiçá, no Sind ou mesmo no Africânder, da África do Sul.
Em todo o caso é aceitável a suposição de Olver, de que o Zebu de chifres curtos, representado hoje pelo Bahgnari, pelo Hariana, pelo Ongole e outros, tenha acompanhado os vedo-arianos durante a invasão da Península Indiana, invasão essa que, segundo Smith, na sua “Oxford History of Índia”<1933> se processou de 2.000 a 1.500 a.C. Smith faz notar a circunstância de que esses povos emigrantes deixaram traços indeléveis de sua passagem desde o Himalaia, de noroeste para leste, até ao extremo sul da península Indiana. O mesmo pode-se dizer do Zebu de chifres curtos, raça de predicados duplos de leite e tração. A penetração desse gado na Índia é evidenciada pelos tipos raciais conservados dentro de uma faixa em vasta diagonal, que tendo seu inicio em Karat, fora das fronteiras ocidentais do Belutchistão vai ganhar o Golfo de Bengala no oriente da Índia, um pouco ao norte da cidade de Madras.

E não é só isto. A diferença entre as raças hoje consideradas distintas uma das outras, com caracteres tidos, atualmente, como perfeitamente definidos, como por exemplo, se dá com o Bhagnari, com o Hariana, com o Ongole, é realmente muito diminuta mesmo. É tão

 diminuto que quem não estiver profundamente a par dos pequenos detalhes marcantes nos indivíduos de cada grup
o, não os poderá diferenciar.
Destarte muitos consideram, talvez, a esta diferenciação mera convenção e que, na verdade não o é, pois há características peculiares a cada um desses ramos e pelos quais se podem distinguir qualquer dos grupos, sem receio de erro e, mesmo, sem grandes conhecimentos técnicos.
Quanto à origem do Gir e das raças suas subsidiárias há diversas hipóteses, sendo a mais aceitável de que

19 de set. de 2011

O NORDESTE EXIGE SOLUÇÕES PRÓPRIAS.

          
                          Sabemos que  o que se apresentava como solução há alguns anos atrás hoje pode ser considerado um problema, vemos isso todos os dias a nossa volta. Nas grandes cidades construções copiadas do padrão europeu ou norte americano se transformaram em verdadeiros problemas para quem é obrigado a conviver diariamente com elas. Muitas vezes arquitetos e engenheiros ao construir prédios destinados ao clima tropical, esquecem disso utilizando materiais que em vez de refrescar o ambiente o aquecem, e até o mau posicionamento de simples janelas ou portas podem levar um empreendimento a apresentar um custo exorbitante e pro resto da vida com o uso da energia elétrica para manter condicionadores de ar ligados o dia todo. É muito comum vermos isso também em veículos, máquinas e equipamentos, falta a criatividade de procurar soluções próprias.
               Assim como na construção civil e na indústria, no campo é comum convivermos com esse mesmo problema, muitas empresas multinacionais que visam o lucro (delas) a qualquer custo oferecem produtos e técnicas mirabolantes que deram muito certo na Holanda, França, EUA e até na Dinamarca, porém será que são apropriadas para regiões como o semi-árido nordestino? Será que um animal que produz leite ou carne em regiões da França poderá ser economicamente viável nos sertões?
               Não é segredo para ninguém que produzir alimento, tanto para humanos como para animais , no semi-árido é uma tarefa difícil. Sabemos que no sertão dispomos de apenas alguns meses de índices pluviométricos razoáveis. Especialistas da pecuária brasileira e da indústria da carne projetam que o ‘boi do futuro” deve ser um animal capaz de atender a crescente demanda mundial por proteína animal e corresponder também as exigências dos consumidores globais que não abrem mão dos princípios éticos e ambientais. O  “boi do futuro”deve ser precoce,abatido no máximo aos vinte meses e em média com 450 quilos. A sua carne deve ser magra e ele deve ser fruto de fazendas orgânicas que o criam a pasto de maneira natural e saudável.
                Como grandes fornecedores de proteína animal para o mundo despontam o Brasil e os Estados Unidos, o primeiro fornecendo carne magra a pasto e de baixo custo e o segundo ofertando uma carne gorda proveniente de confinamentos principalmente destinada ao mercado asiático. Com a crescente procura pelos combustíveis “verdes” que é plantado cada vez mais em áreas nobres, o semi-árido nordestino assume cada vez mais a sua vocação pecuária principalmente no criatório extensivo. Para que isso ocorra e podado pelas condições climáticas desfavoráveis o semi-árido deve adotar soluções próprias, e entre elas se encontra um rebanho de origem zebuína autêntica (touros provados), aliado a um manejo eficiente da caatinga preservando a sua estrutura básica e introduzindo novas alternativas de forrageiras consorciadas e perfeitamente adaptadas ao meio ambiente.
              Foram muitos os desastres ambientais na caatinga quando projetos mirabolantes e mal planejados não respeitaram a biodiversidade existente e muito menos as condições adversas climáticas, e o que é pior, muitos desses ‘desastres’ ambientais foram financiados com juros subsidiados pelo próprio governo federal.  É chegada a hora das universidades nordestinas, principalmente as públicas, concentrarem suas pesquisas em soluções viáveis para a região nordestina.O pensamento educacional  brasileiro é tão original e primitivo quanto a arquitetura que recria o neoclássico parisiense no topo de espigões às margens de rios fétidos. Somos teoricamente livres da colonização mas, amarrados intelectualmente aos antigos senhores e incapazes de pensar sozinhos.  Devemos formar profissionais formadores de opinião que conheçam de perto as necessidades do sertão e caso eles queiram seguir as doutrinas do sul ou do sudeste do país , que por favor não ocupem as cadeiras de nossas instituições públicas que já são poucas e deficientes. Na verdade quando o nordeste repensar o seu destino verá como é rico e como as soluções estão à nossa vista, bastando muitas vezes apenas abrir a cortina que os países desenvolvidos insistem em fechar nos negando o maior espetáculo da terra, que é a prosperidade de uma nação.
Cezar  Mastrolorenzo
É produtor rural e criador de Sindi no sertão baiano.
               



4 de set. de 2011

JURADO DA ABCZ, DESPERTA A CURIOSIDADE SOBRE O SINDI, DURANTE A EXPOFEIRA 2011.

Na solenidade de abertura, 
autoridades estaduais e municipais.
Léo (D) da ADAB
     Assim como no ano anterior o Sindi mais uma vez despertou grande interesse por parte dos criadores na EXPOFEIRA.  A Bahia Red Sindi este ano dobrou a quantidade de animais expostos e apresentou em Feira de Santana o melhor da raça SINDI de origem paquistanesa.

Martins (centro) da Casa Campo


O pecuarista e industrial da carne 
Carlos Carvalho (D) .












      No primeiro dia de exposição foi grande o movimento em volta das argolas onde estão sendo expostos os animais. Os criadores, sempre curiosos, tomaram informações e tiraram dúvidas sobre a raça. 
     


Familia Mastrolorenzo
Marcello Araujo (E) e filhas
O entusiasmo pelo Sindi é tão grande que o próprio site oficial da Prefeitura Municipal de Feira de Santana coloca como destaque da festa a participação do SINDI na exposição. A matéria do site coloca a dupla aptidão e a resistência ao clima como principais destaques da raça.
  


Raimundo Fraga Maia (E), 
agrônomo e mangalarguista.
Ideval Martins do Apiário Favo
de Ouro (maior do estado) 
prestigiou a raça.
      No desfile de abertura oficial da festa, estavam presentes diversas autoridades da região como o Prefeito Municipal Tarcísio Pimenta, e sua esposa que é a Deputada Estadual Graça Pimenta, o Deputado Estadual Zé Neto, o Deputado Estadual Carlos Geilson, o Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Feira de Santana Dr. Carlos Henrique entre outros.
A curiosidade pelo Sindi superou as espectativas da BRS
A BRS, claro, mais uma vez
conquistou todos os prêmios
Paulo Cezar (tratador), Bruna, Maria Julieta e 
Dômine Mastrolorenzo 
Martins (apiário Favo de Ouro)



Alcio Teixeira (Faz Anta Gorda) (E)
e Antonio Pimentel 
(agrônomo e ex-prefeito
de Gov. Mangabeira) (D)
         Como no ano passado, o desfile se iniciou pelos ovinos e caprinos e foi seguido peos bovinos, sendo o Sindi, mais uma vez, elogiado em frente ao palanque, sendo destacada a sua origem paquistanesa e sua dupla aptidão.



      Mas a grande surpresa, até o momento, ficou mesmo por conta do jurado da ABCZ RUBENILDO RODRIGUES. O tarimbado zootecnista fez grandes elogios à raça, durante o julgamento que aconteceu na sexta-feira (9 de setembro), despertando, ainda mais, a curiosidade dos baianos.



 "Estou orgulhoso de julgar o Sindi pela primeira
vez na Bahia" RUBENILDO RODRIGUES.
(zootecnista e jurado da ABCZ).
 
"Este ano são apenas cinco animais, mas, 
muito antes do que se imagina, teremos
centenas de Sindi nas pistas baianas"  
RUBENILDO RODRIGUES.

"Fico feliz por julgar o Sindi aqui na Bahia, não 
por ser bonitinho, pequenininho, mas por ser funcional produtivo 
e extremamente econômico. Quanto pior o ambiente 
a sua volta, mais o Sindi se destaca" RUBENILDO RODRIGUES.

     Obrigado D. Rubenildo. 
     Suas considerações representaram um valioso e oportuno incentivo.
     Receba nossa gratidão.
     
                Bahia Red Sindhi


Pensamento do mês